sábado, 4 de outubro de 2014

Um desabafo

Não sou de desrespeitar a fé de ninguém. Cada um busca para si o caminho da plenitude, da paz interior, e da sabedoria da forma que o convir. Sou agnóstica e, como numa via de mão dupla, espero sempre o mesmo respeito que tenho para com aqueles que fazem da Igreja a sua segunda casa.
Não acredito em dogmas, doutrinas, igrejas, mas acredito piamente em Deus. Não sei se da mesma forma que os cristãos. Acredito em um Deus de amor, em um Deus de perdão, em um Deus onde eu possa encontrar conforto quando não souber o que fazer ou o que pensar. Esse é o meu Deus!
Todavia,cada um acredita em alguma coisa diferente:na ciência, na religião, em alienígena ( eu acredito), em papai noel. Crer em algo que não nos é palpável é uma demonstração de fraqueza? Então talvez eu seja fraca. Mas quem não o é em algum momento da vida?
Não gosto de quem usa versículos tão ultrapassados pra justificar seu ódio, sua aversão, sua repulsa àquilo que não segue os dizeres da Bíblia.
A Bíblia é, como todo livro, um caminho de conhecimento. De busca, de orientação, não é um manual de instruções que diz como você deve ou não viver a sua vida. Não foi Deus ou Jesus quem escreveu a Bíblia, foi o homem. E você já parou pra pensar em como o ser humano é corruptível e cheio de raízes que os prendem ao preconceito? Veja bem, não estou classificando em crente, em católico, em budista, em islamista e etc. Estou falando do homem. Um ser que é o montante daquilo que pensa e age. Como posso ter a garantia que algum daqueles homens não publicou aqueles preceitos que ELE julgava certo? Enfim, não vou entrar no mérito da existência ou não de Deus. O que me irrita, o que me faz afastar de pessoas religiosas extremistas como um todo, é o ódio. 
Por que a igreja prega mais o ódio que o amor? Tudo o que você faz é condenável, é punível, eu vou para o inferno.
Tive que aceitar essa condição que os HOMENS me impuseram, somente porque eu sou pecadora. Já bebi, já comi carne na semana santa, já fiquei com gente desconhecida na festa, já fiz sexo fora do casamento e, imagine você, já usei maquiagem,dentre outros pecados que todos nós, seres virtuosos e condenáveis já fizemos. Mas eu vou para o inferno, e acho que a passagem é só de ida. 
Eu não gostaria disso. Eu ajudo as pessoas!
Já dei o único dinheiro que tinha no bolso para passar a semana com fome, porque uma senhora chorou me dizendo que não tinha o que comer. Eu estava apenas há algumas horas sem comer, essa senhora sabe-se lá quantos dias. 
Pretendo concluir meu curso, me tornar uma médica que ajude as pessoas. Não só pelo retorno financeiro, mas porque EU me sinto uma pessoa melhor se eu fizer o bem para alguém. Simplesmente pelo fato de que eu sei que, mesmo sendo uma pecadora, eu sou um ser bom. Talvez eu vá para o inferno sim, mas sei que verei muitas faces familiares quando eu estiver por lá. 
Parabenizo a essa moça, cristã, pelo esclarecimento que ela obteve lendo as escrituras, indo à igreja e crendo em Deus. Ela entendeu bem o conceito de Deus do amor, mesmo sendo tão diferente de mim.
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"Não da pra gente criar doutrina e fundamentalismo em cima do que não está claro na bíblia. 
[...]
Você não precisa condenar outra pessoa porque ela faz alguma coisa, ou entende alguma coisa diferente de você. Se não está claramente especificado na bíblia, quem é você pra determinar o que é pecado ou não.
[...]
A vaidade vai muito além da maquiagem, ela está nas coisas que são muito mais profundas e difíceis de achar. Ela pode estar associada com aquele espírito de orgulho e santidade. Aquelas pessoas que se acham mais santas que as outras porque não fazem determinadas coisas e acham que as suas obras as colocará no céu, em um cantinho especial, porque ela não fez o que o outro fez. Além de hipocrisia, isso é um tremendo risco para a sua salvação. Porque enquanto a cara pintada, a unha pintada pode ser visto, um coração envaidecido, cheio de orgulho, é escondido em uma capa de santidade ".
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"E quando o dedo aponta o céu, o imbecil olha o dedo"
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https://www.facebook.com/video.php?v=700452830049023

sexta-feira, 3 de outubro de 2014

Clássicos que Nunca Vi ( até hoje) - Beleza Americana (1999)

O filme retrata a decepcionante vida de Lester Burham (Kevin Spacey). Um casamento falido, um relacionamento esquisito com a filha, um emprego desgostoso. Uma vida impotente - você aguentaria por quanto tempo? 
Lester é um personagem apático. Como sua vida chegou a esse ponto?
Somos nós tão complacentes com a rotina? Em suma, creio que todos somos adaptáveis. Mas Lester se vê assim : permitiu-se um complacente intervalo da realidade.
A vida dele muda quando conhece a amiga de sua filha adolescente: Angela Heyes (Mena Suvari), uma pequena deidade com atributos de mulher e rosto de menina que o provoca e, inconscientemente, o faz perceber a vida que poderia levar.
Lester então esforça-se para ser notado pela menina. Começa a cuidar do corpo, se torna altivo, deixa de engolir os desgostos da vida e expressa-se com veemência. 
O adultério psicológico porém tem um trágico desfecho que não entrarei em detalhes para não divulgar spoiler.
O filme retrata o tão almejado "sonho americano" : Uma família aparentemente perfeita, um emprego aparentemente satisfatório. Mas tudo não passa disso, aparências. Quando se atinge um status quo aceitável pela sociedade, qual o passo seguinte?
Depois do seu 'final feliz', o que vem?

Nota: 9,5

Curiosidades:

1 - American beauty é um tipo de rosa muito cultivada nos Estados Unidos, com uma peculiaridade: ela não possui espinhos nem cheiro, uma metáfora sobre o vazio do americano comum.

2- Logo após o lançamento de Beleza Americana, surgiram vários boatos acusando Kevin Spacey de pedofilia, já que teria mantido relações com Mena Suvari (na época menor de idade). A notícia foi desmentida por ambos.

3 - Prêmios:

OSCAR  (2000) - Ganhou
Melhor Filme
Melhor Diretor - Sam Mendes
Melhor Ator - Kevin Spacey
Melhor Roteiro - Alan Ball
Melhor Direção de Fotografia

BAFTA (2000)  - Ganhou
Melhor FilmeMelhor Ator - Kevin Spacey
Melhor Atriz - Annette Bening
Melhor Direção de Fotografia
Melhor Edição

GLOBO DE OURO  (2000)Ganhou
Melhor Filme - Drama
Melhor Diretor - Sam Mendes
Melhor Roteiro - Alan Ball




sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Resenha sobre o filme Her

O enredo criado por Spike Jones em Her é, indubitavelmente, alucinante. O filme é um intento (que deu certo) de criticar as relações inter-pessoais com o advento da tecnologia; de como o ser humano está cada vez mais individualista e conectado ao mundo virtual e afastado de laços reais.
O personagem principal, Theodore Twombly é um autor de cartas (lindas, por sinal), que está imerso na solidão após o divórcio com a mulher com quem ele dividiu não só os laços matrimoniais, mas toda a sua vida. Seu cotidiano se divide entre o trabalho, jogos de video game (que nos garante risadas estrondosas) e pornografia.
Eis que, por fim, ele compra um Sistema Operacional que atua como uma inteligência artificial, um computador com consciência própria, por assim dizer: Samantha (Scarlett Johansson), dona de uma voz doce, rouca e sensual que conquistaria qualquer um .
A partir dai, o filme toma cor.
É possível se apaixonar por alguma coisa que parece real mas não é? Nessa película, nós descobrimos que sim. O relacionamento de Samantha e Theodore surge como uma amizade incomum e vai se desenvolvendo como qualquer laço afetivo.
O mais interessante, ao meu ver, foi o desenvolvimento do relacionamento maquina/humano com todas as características peculiares do nosso comportamento: primeiro vem a descoberta, as risadas, a paixão, o amor, o ciúme e por fim a dor da separação.  Além do desenvolvimento "psicológico" de Samantha: será que todas essas sensações que ela sentia eram reais, ou apenas fruto de programação? Infelizmente essa incógnita fica à critério do telespectador.
O filme nos traz questionamentos sobre a evolução da espécie. Será que tanta tecnologia é sinônimo de evolução? Vamos nos perder  como seres afetivos?
Além de enredo maravilhoso, da trilha sonora equivalente e atuação sensacional de Joaquin Phoenix, o filme está cheio de frases maravilhosas.
 Her, simples como o proprio nome, se tornou um dos meus filmes preferidos.


Curiosidades :

1- Troca de vozes
Quem faria a voz originalmente da personagem Samantha seria a atriz Samantha Morton, que atuou em “Minority report”, de Steven Spielberg, e “Poucas e boas”, de Woody Allen. Ela chegou a gravar e esteve presente no estúdio diariamente com Joaquin Phoenix, mas quando o diretor Spike Jonze foi editar, não ficou satisfeito. Com o consentimento da atriz, ele convocou Scarlett Johansson para substituí-la. O nome de Jennifer Lawrence chegou a ser cogitado


2 - A construção de um cenário futurista
Para projetar a Los Angeles de um futuro próximo, Spike Jonze deixou voar a imaginação. Com a ajuda do diretor de arte KK Barett, misturou elementos da cidade americana com outros do distrito de Pudong, em Xangai. As ruas são tomadas por arranha-céus, todos eles interligados por passarelas. Jonze também pegou dicas da arquiteta Elizabeth Diller, cuja empresa está projetando o novo museu de arte contemporânea de Eli Broad, no centro de L.A..


3 - Trilha Sonora Canadense
Indicada ao Oscar, a trilha sonora de “Ela” foi composta pela cultuada banda canadense Arcade Fire. A relação do diretor com os músicos vem de longe — Jonze já dirigiu o curta “Scenes from the suburbs”, em parceria com o grupo. As gravações da trilha foram feitas no Canadá em clima bem informal. Todos assistiam às cenas do filme e, quando alguém tinha uma ideia, pegava qualquer instrumento à mão e começava a tocar.

4 -  Oscar

O filme  que conta com a presença de  Joaquin Phoenix, Amy Adams,Rooney Mara, Olivia Wilde, e Scarlett Johansson concorreu  aos Oscars de Melhor Filme, Melhor Trilha Sonora, Melhor Canção Original e Melhor Roteiro. Vencendo o Oscar e  Globo de Ouro de Melhor Roteiro.


Frases do filme:

-"Apaixonar-se é uma coisa louca
É uma espécie de loucura social... permitida."


-  "Às vezes eu penso que eu já senti tudo o que eu deveria sentir. E à partir de agora, eu não vou sentir mais nada novo. Apenas versões menores do que eu já havia sentido". (Theodore)

"Nós estamos aqui apenas brevemente. E nesse momento eu quero me permitir ser feliz".

Nota: 10

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Clássicos que Nunca Vi ( até hoje) - Karate Kid (Saga)

Bom, depois de um hiatus criativo pessoal, resolvi dar continuidade à esse blog. Aliás, essa ferramenta (quase obsoleta) veio muito a calhar nos meus momentos de solidão. Escrever é medicinal. Não que eu seja uma referência da literatura, mas transcrever o que eu penso é uma forma de exorcizar meus demônios. Resolvi transpor pra cá uma "coluna" que eu escrevia no facebook, chamada " Clássicos que nunca vi (até hoje) ". Onde eu me coloco à par com o resto da civilização e assisto/avalio/comento aquelas películas que mexeram com as pessoas. Já fiz algumas análises no facebook, que com o tempo eu pretendo transpor pra cá, mas por enquanto, vou falar dos filmes que vou assistindo no dia-a-dia.

Vou começar hoje com a saga "Karatê - Kid "

Karatê Kid 1 -  A Hora da Verdade

O que eu achei:

O filme é legal. Não consigo pensar em outro adjetivo.
É uma trama bem sessão da tarde. Você se prende ao filme facilmente, mesmo a atuação de todo mundo sendo bem fraca.  Muito me surpreendeu o fato do Ralph Macchio ( Daniel San) estar com 24 anos no primeiro filme.

Nota: 8,0

Karate Kid II - A hora da Verdade Continua

O que eu achei:
Bom, aqui eu já acho que a qualidade do filme cai. Enredo superficial: sobra japão, falta karate. 
As filosofias orientais do senhor Miagy começam a parecer clichês. Achei o filme um típico "encher linguiça pra continuar a franquia". Daniel San é um herói tão fuleiro que apanha o filme inteiro e, no final, com um golpe de sorte, sempre se torna lenda. 

Nota: 6,5

-
Karate Kid III - Eu já conheço a verdade e já chega.

O que eu achei:

Aqui escangalhou de vez. Eu poderia listar mais de 10 motivos pra esse filme ter dado errado. Mas os que mais me incomodaram: Daniel San fora de forma (gordo) mal conseguia se mover; enredo fraco e atuações forçadas (especialmente a de Ralph Macchio) ; tentaram fazer um recap do primeiro filme e deu tudo errado. Minha indicação é: não assistam esse filme.
Karate kid deveria ser como a Coca Cola, só a original é boa. Qualquer derivação fica ruim! Deveria ter acabado no primeiro filme.

Nota; 4

-

The Next Karate Kid - O que é um peido pra quem ..bah, vocês conhecem o resto

O que eu achei?

Meu Deus.. o que dizer do quarto filme?  Bom, pelo menos a Hilary Swank lutava melhor que o Ralph Macchio. A única coisa que esse filme tem de especial, é o Pat Morita interpretando Mr. Myagi pela última vez.
Filme  tipo chuchu: sem graça, sem sal, sem gosto.

Nota: 3

-

The Karate Kid (2010)

Finalmente um filme da saga que eu gosto.
Esse filme tem a dose certa de comédia/ação/drama pra um filme do gênero.
Muito impressionada com a atuação/disposição atlética do Jaden Smith para as cenas de luta. Muito mais novo e muito mais desenvolvido que seu antecessor.
Esse filme e o primeiro são os únicos que podem ser considerados bons filmes, mesmo neste remake, onde a luta escolhida foi o kung fu (que eu, particularmente, acho muito mais legal).
Vale a pena assistir.

Nota: 9,2


segunda-feira, 27 de agosto de 2012

Filossofá

Certa vez me perguntaram o motivo de atualizar um blog. Bom, por mais “obsoleta” que esta ferramenta tenha se tornado, sempre me agradou a ideia de escrever meus pensamentos. Mesmo os mais bobos e, até mesmo, os irrelevantes. Tento de alguma forma pensar que meu senso de humor possa agradar alguém. Talvez sim, talvez não. O fato é que morro de curiosidade de saber quem são as 5 pessoas da Ucrânia que vez ou outra aparecem na lista de visitantes.

 Entre meus amigos não há muitos leitores. Sim, existem os que habitualmente leem frases soltas de Caio Fernando de Abreu e automaticamente se denominam cultos. Não critico (mentira, critico sim... e muito), mas sempre achei importante a leitura na vida de uma pessoa. Tenho a impressão de que todos nós somos um pouco parecidos. Vivemos a mesma lida na vida: sofremos, amamos,sorrimos e nos frustramos. E tudo acontece de forma cíclica. Você vive as mesmas coisas de formas diferentes e acaba nem percebendo. Uma válvula de escape, um universo paralelo, um portal que se abre. Um livro te proporciona uma saída.

 Quando completei 12 anos, minha mãe achou importante que eu desenvolvesse o hábito pela leitura, o que sou eternamente grata. “Ritinha Temporal” do autor José Louzeiro foi meu primeiro exemplar. Lembro-me de chegar da escola e passar horas deitada no chão do escritório e ficar completamente envolvida na trama. Não sei o porquê da preferência de tal lugar pra ler, mas isso era o de menos. Eu estava absorta em meio à trama, aos personagens, ao cenário. Estava vivendo aquela história. Eu era Ritinha. E aquela experiência com o irreal, com a ficção, foi tão intensa que percebi a minha relação com a palavra de forma escrita seria um laço que nunca seria desfeito. Percebi que o livro era quase uma extensão anatômica minha. E talvez seja por isso que decidi começar a escrever alguns contos, textos e crônicas.

Essa possibilidade de me transpor para o irreal, de perder meus limites, era fascinante demais para ser deixada de lado. Um simples livro me proporcionou uma epifania. O mais engraçado é que eu só tinha 12 anos. E isso faz um perfeito sentido para mim.

 Nunca entendi o fato de algumas pessoas se limitarem por vontade própria quando o mundo te oferece tantas opções.
Meio louco!

terça-feira, 20 de março de 2012

Hipster - A revolta dos marginalizados.


Uma definição. Todos estamos atrás de palavras que possam traduzir os nossos medos, defeitos e qualidades.
Estamos cheios deles e constantemente à procura de uma palavra que nos defina.
Como se o montante das minhas características equivalesse à uma simples palavra.
E quando encontramos a bendita palavra que sirva à esse propósito, pensamos: "Não gosto de rótulos. Não sou um enlatado".

Ok, problemas de personalidade dúbia à parte, o ser humano nunca está satisfeito com a sua situação e sempre acha que é mais do que realmente é.

A juventude se divide em castas ( estou começando a utilizar palavras bonitas que possam alavancar o status do meu intelecto) e cada uma delas tem um leve problema em relação à outra. Mas o foco deste post são os Hipster ( os supostos outcasts da sociedade, que superaram seus medos e agora são moderninhos).

Dicionário: Hipsters: cults, fãs de Chico Buarque, assexuados, adoradores de café, criadores de memes...

São sinonimos. E eles sempre existiram, só que agora estão na moda.
Invadiram a internet, as faculdades, o cenário musical e o guarda-roupa da sua avó. Ou vai dizer que você não percebeu quando óculos Wayfarer com blusa xadrez voltou a ser moda?

Os hipsters dominaram o cenário musical, o mundo da moda, e é muito comum ver que aquela garota linda estar andando com a versão masculina (?) da Maria Gadú.

A psicologia explica melhor essa questão da "necessidade de definição das pessoas" . Para algumas vertentes, a popularidade ou a falta de habilidades sociais nascem com a gente. Para outras, os fatores externos vão ser determinantes. Nossa sociedade define quais são os padrões de comportamento a serem seguidos (ou não), ditando o que deve ou não ser excluído. Mas, para nossa alegria, novas modas são efêmeras e passageiras (geralmente).
Existe apenas uma coisa pior que novas modinhas: modinhas ridículas que perduram.

Desculpa a acidez, mas agora vou tomar meu Moccha Latte, ouvir Elis Regina atualizar meu Instagram e assistir "O Fabuloso Destino de Amélie Poulain"

quinta-feira, 24 de novembro de 2011

Don't be shy, your mother wasn't



Sabe, sempre quis entender o kama sutra. Digo, você vê as fotos, sabe que é possível fazer ( se você for um contorcionista de circo ou tiver arrancado suas costelas à lá Thalia). Mas você já parou pra pensar na falta do que fazer da pessoa que inventou o kama sutra? Tipo, deixaram ele preso 20 anos sem ver uma mulher e soltaram ele no meio de um cabaré burlesque e falaram: Vai lá que a gente vai ficar aqui desenhando. Na boa? Tem certas posições que eu acho que parece um pretzel. Não dá tesão, mas dá uma fome...

E o kama sutra também não é nada prático no sentido de alavancar a sua vida sexual. Imagina a situação: você é uma menina e conhece um cara (ou uma menina..viva a diversidade). E ele é legal, inteligente, bonito, bem-humorado, enfim, essas qualidades que as pessoas ótimas têm. Dai, vocês começam a sair e ocasionalmente, acabam com vontade de transar. Você, exímia conhecedora do kama sutra, decide que essa é a situação esperada pra mostrar seus dotes. Vai na parede e planta uma bananeira e fala: Vem neném! (Ok, eu viajei, mas entenderam a questão?). Você não está sendo sexy, apenas está sendo a doida que planta bananeira pelada e fala vem neném!

E tem gente que se perde na tênue linha entre ser sexy e ser protagonista de filme pornô hein? Decote é bacana, é bonito, mas o sutiã tem que ficar pra dentro da blusa e não o contrário.
Os garotos também pecam demais... Eu tenho um primo ( não vou citar nome, mas ele sabe que é ele), que fica se olhando no espelho, admirando o próprio muque e dizendo: " Nossa, mas eu sou uma coisinha". Coisinha de Deus né meu filho? Porque falando assim, não vai conquistar nenhuma mulher ( imagino a cara dele puto da vida enquanto estiver lendo isso).

Sou super à favor de loucuras sexuais, de coisas diferentes pra apimentar a relação ou pra sua satisfação pessoal. Pra ter prazer, vale tudo. Em relação ao kama sutra, concordo. É estranho. Mas, se o assunto é sexo, super vale a pena fazer um curso de contorcionismo antes. Nós, que vivemos sob o poder dos hormônios, poderosos hormônios, sabemos muito bem que tesão é algo incontrolável e flui sem dramas. Rita Lee profetizou: " O amor nos torna patéticos. Sexo é uma selva de epiléticos...."

Inovem, aprendam, liberem-se de suas correntes de pudores. Mesmo se o sexo for feito com ou sem amor. Mas façam sexo com segurança. Não só com camisinha, mas respeitando a si mesmo.


Ai ai o amor.. Hmm o sexo!


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OBS: Gente, antes que vocês me critiquem: eu não estou menosprezando a razão filosófica por detrás do kama sutra. Eu compreendo que existe toda uma cultura milenar e explicações, não são apenas posições sexuais explicitas. O texto é APENAS uma crítica divertida às pessoas que não sabem usar o seu próprio poder de sedução e acabam metendo os pés pelas mãos.

OBS2: Quem gostar de poemas, também tenho um blog destinado aos meus poemas: O sabor ocre das Palavras

OBS3: Quero agradecer à todo mundo que divulgou o blog no facebook e no twitter e aos que comentam aqui, assim da vontade de continuar sempre a escrever.